Este último mês foi cheio de acontecimentos.
Fui ao programa do Alvim no Canal Q, tive um live no instagram com a Susana Fonseca, presidente da Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, e fui convidada para o programa Agora Nós na RTP1.
Não podia estar mais grata por começar a colher os frutos de tantos meses de trabalho e dedicação.
A motivação para este projecto surgiu da vontade de mudar o estado das coisas.
Quer dizer, como assim tenho uma doença crónica e ninguém sabe muito bem o que isto é?
Como assim, afecta uma em cada 10 pessoas com sistema reprodutor feminino e não se fala mais a propósito?
Como é que é possível que não me saibam dar respostas a todas as perguntas que tenho para fazer?
E como é que tive de sofrer durante anos e anos para, depois de muita procura por ajuda e desenvolvimento de diferentes sintomas, encontrar finalmente um diagnóstico?
Estamos no século XXI, era da informação e, ainda assim, uma névoa de silêncio paira sobre o tema da endometriose.
Mas não desesperemos. Se as coisas são assim, então podem muito bem deixar de ser! E não há melhores pessoas do que aquelas que sofrem diariamente com esta doença para darem um impulso a este processo.
Desde que fui diagnosticada, quanto mais pesquisava, mais ia descobrindo e mais ia escrevendo aqui no blog. Conheci tantas pessoas tão maravilhosas (a maior parte através da internet apenas, é verdade) e aprendi tanto!
Eu quero abanar os ombros desta nossa sociedade e dizer “Oi? Estamos aqui! Precisamos de apoio e de soluções!”. Temos de munir-nos de conhecimento e trabalhar conjuntamente com os nossos médicos em direcção a um maior esclarecimento sobre esta doença.
“O que é que posso fazer para ajudar?”, perguntaram-me já outras mulheres com endometriose.
PESQUISA.
PARTILHA.
FALA.
RECLAMA.
GRITA.
FAZ VALER OS TEUS DIREITOS.
É mais ou menos isso que podes fazer.
E acredito que daqui por um par de anos já ninguém torça o nariz quando ouvir falar de endometriose.
Para quem quiser ver a minha conversa com a Tânia Ribas de Oliveira e o José Pedro Vasconcelos, cliquem aqui.
De resto, não podia deixar de agradecer a todos quantos me têem apoiado neste rumo e têem contribuido para acabar com este silêncio.
Mas isto ainda é apenas o começo. Ainda há muito trabalho pela frente.